Está acontecendo uma guerra na região do Tapajós!

*Matéria de Darlon Neres

Olhem para o Tapajós, a crise climática tá bombardeado, não tem misses, mas tem seca, queimadas, e ameaças à vida dos tapajônicos 

Enquanto os olhos do mundo e a mídia se voltam para a guerra entre Israel e a Palestina, conflito que se estende por anos e só agora veio a resposta, claro a guerra não é menos importante como um assunto a ser falado, já que estamos discutindo a vida dos povos. mas na região do Tapajós e na Amazônia a guerra contra as mudanças climáticas que a mídia tradicional não está falando.

Até em setembro de 2023, não havia uma guerra declarada na Amazônia envolvendo nações ou estados soberanos. No entanto, a região amazônica tem sido objeto de preocupação global devido à destruição ambiental, desmatamento e conflitos locais relacionados com a exploração de recursos naturais, como a remoção ilegal de madeira e a mineração ilegal. Também ocorreram políticas em relação à proteção ambiental e à soberania nacional na região.

É importante ressaltar que a Amazônia abrange vários países, incluindo Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, e, em muitos casos, esses países têm cooperado em esforços para preservar a região como exemplo temos equador que colocou em sua constituição os direitos da natureza.

Foto: Agência Santarém

A região do Tapajós, localizada no estado do Pará, Brasil, é conhecida por abrigar uma série de conflitos ambientais relacionados à exploração de recursos naturais, proteção da floresta amazônica e questões socioeconômicas.

O Tapajós tem sido afetada pelo desmatamento ilegal, o que contribui para a manipulação da floresta amazônica. A exploração madeireira ilegal e a conversão de áreas florestais em terras agrícolas são práticas comuns que causam impactos no ecossistema.

A expansão da agropecuária, incluindo a criação de gado e o cultivo de soja, tem contribuído para a perda de floresta e para o agravamento dos conflitos entre agricultores e povos indígenas, que dependem da floresta para sua subsistência.

O território Tapajônico abriga várias comunidades indígenas, e muitos desses grupos enfrentam ameaças à sua terra, cultura e modos de vida devido à invasão de suas terras por madeireiros, mineradores e agricultores.

A construção de usinas hidrelétricas na bacia do rio Tapajós é uma fonte significativa de conflito ambiental. Muitas comunidades locais e ativistas alegam que esses projetos causam impactos ambientais severos, incluindo a implantação de comunidades ribeirinhas e a inundação de vastas áreas de floresta.

O monstro que nos ronda também e a exploração mineral na região, incluindo a remoção de ouro e minerais como ferro e bauxita, gera preocupações ambientais, como poluição dos rios e destruição de ecossistemas.

Sem demarcação e titulação dos territórios surge a grilagem de terras, que envolve a apropriação ilegal de terras públicas ou indígenas por particulares, é um problema persistente na região do Tapajós. A falta de fiscalização adequada e a aplicação da lei também são questões críticas na região, permitindo que atividades ilegais continuem impunes.

Esses conflitos ambientais na região do Tapajós, estão interligados e muitas vezes envolvem interesses econômicos poderosos em conflitos com a preservação ambiental e os direitos das comunidades locais, incluindo povos indígenas. A solução para esses conflitos requer a colaboração entre governos, organizações não governamentais, comunidades locais e setores econômicos para promover o desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental.

A Cristina Santos da Comunidade de São José na região do Arapixuna relata como tem sido a seca no território.

“Devido ao grande verão o qual nós não estamos vivendo uma grande seca passou a solar nesta região. Pois é através do rios que chegamos em Santarém e escolas e posto de saúde e também deles tiramos o pescado que é a fonte principal de sustento das nossas famílias. A pesca se tornou escassa devido ao nível da água, os peixes acabam morrendo e os poços gerando conflito devido ao excesso de pescador no mesmo local”. disse a moradora

Seca região do Arapixuna Foto: Cristina Santos

 

“Água potável tem sido um dos piores problema na nas áreas de várzea da nossa região e os poços artesianos eles baixaram a energia da água dificultando não vem a o uso da água potável nas comunidades devido baixar o nível da água nos trazendo dificuldade para que possa possamos captar essa água, para o uso de sustento das famílias.

Quem vive nessa regateio tem enfrentado grandes desafios um deles são os alunos “ eles têm atravessado pela lama para chegarem nas escola, as comunidade tem se mobilizado para fazer ponte porém a distância é muito longa e não temos apoio das autoridades e as crianças sofrem e o que mais me chama atenção é a falta de apoio do governo enquanto nossa liderança de comunidades e territórios eles buscam um apoio para as comunidade da região”

Cadê o poder público, pergunta Cristina?

“Enquanto não tivermos esse apoio vamos nos adaptando, pois também o deslocamento para Santarém ficou difícil para chegarmos num barco,  temos que andar mais de dois quilômetros de lama, mas de dois quilômetros são atoleiros e que as canoa não passam tem que colocar mercadoria na canoa, tem que empurrar pela lama correndo o risco de cortar o pé, furar o pé, é uma coisa que se tornou muito difícil para nós. Então a seca ela tem trazido grande problema para nós, porque como nossos lagos são grandes quando  é inverno, mas quando o nível da água baixa ele se torna um rasos e com dificuldade da pesca então o que predomina mais na nossa região é o pescado, mais e agora vamos morrer de fome?“. pergunta a moradora.

Arapiuns um rio de águas azuis, o que vemos hoje e lama e uma população obrigada a consumir a água, porque quem mora no alto Arapiuns, maioria dessas comunidades não tem sistema de abastecimento de água e são poucas famílias que tem poço individual em casa, maioria usa a água do rio para saciar sua sede, o povo do Arapiuns e obrigado a tomar lama, e depois ficar doente, como diária (doenças gastrointestinais), e coceira na pele.

Darlielson mota da Aldeia São José no Alto Arapiuns na sua casa não caiu nem uma bomba, mas chegou as mudanças no clima, uma bomba invisível e que tem matando no silêncio, pra quem era acostumado com o vento da beira do Arapiuns, agora tem que ter uma rotina diferente chegou a bomba do calor.

Queimadas na Resex Tapajós Arapiuns Foto: internet

“A mata tá queimado, queimado muito, o fogo está nas comunidades da resex e do Tapajós, se não fosse nós a floresta já teria queimado tudo, a fumaça chegou nas nossas comunidades, isso vai fazer mal para nossa saúde, o que tá acontecendo na nossa região e uma guerra” comenta Darleison.

O que fazer, como mudar essa situação? A resposta é simples, precisamos de justiça climática e justiça social, o povo do Tapajós quer viver com seus modos de vida e manter o seu bem viver, a vida da população precisa está acima do lucro.

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Author: vozesdotapajos