Estiagem, queimadas e atividade garimpeira comprometem a qualidade de vida na região
Uma produção divulgada pelo Coletivo Audiovisual Indígena Wakoborun evidencia a gravidade da situação enfrentada no Alto Tapajós. Nas imagens é possível visualizar os impactos das mudanças climáticas em rios, como o Marupa e o Kabitutu, que antes sustentavam a vida na região, agora estão reduzidos a leitos de barro, sem água, vítimas da degradação provocada pelo garimpo ilegal.
“Alto Tapajós, onde o povo Munduruku agoniza com a seca. Até a draga de garimpo ficou dragada. O rio Marupa simplesmente morreu, sem água. Assim como o rio Kabitutu, só barro e degradação dos garimpos ilegais.”, publicou o coletivo.
O vídeo também mostra uma draga, usada pela atividade garimpeiro, que ficou dragada por conta da seca do rio. o avanço do garimpo ilegal contribui para a contaminação dos rios restantes, prejudicando ainda mais a subsistência das comunidades.
Os animais, sem água, estão morrendo, e os alimentos também estão cada vez mais escassos, agravando a crise alimentar nesses territórios. A falta de água potável se tornou uma realidade preocupante, com poços secando e a dificuldade de locomoção pelos rios, que antes eram vias de transporte essenciais para os Munduruku.
O material divulgado é um alerta urgente para a situação crítica enfrentada pelos Munduruku e outros povos tradicionais do Tapajós. O vídeo pede atenção das autoridades e da sociedade, pedindo medidas para combater os garimpos ilegais e o conter o avanço das queimadas na região.
“É preciso atenção total dos nossos governantes, seja para combater o que está errado, por tecnologias de acesso a água para quem tem sede, numa mobilização geral e soma de esforços com a sociedade, academia, empresas, organizações e movimentos sociais. Não dá pra normalizar nem a cultura do ilegalismo, nem a contradição de vivenciarmos estresse hídrico na maior bacia de água doce do mundo”, ressaltou a mensagem divulgada pelo coletivo.